Você sabe o que é AIT?

Há alguns dias atendi o Sr. Paulo (nome fictício). Ele tem 73 anos e chegou ao meu consultório em cadeira de rodas e com uma sonda para poder se alimentar.  O Sr. Paulo havia sofrido um AVC isquêmico 30 dias antes e apresentava sequelas graves:  uma dificuldade importante para mobilizar o lado esquerdo do corpo e falar. 

Quando conversei com ele e com sua esposa, Sra. Maria (nome fictício), eles me contaram que 10 dias antes do AVC, durante o jantar, Paulo perdeu de forma repentina a força do braço e da perna esquerdos. Porém, como após 15 minutos, tudo voltou ao normal com o retorno dos movimentos, ele foi dormir. No dia seguinte, foi trabalhar normalmente.

O Sr. Paulo teve um ataque isquêmico transitório, também conhecido como AIT. Este quadro pode ser considerado como um “aviso prévio” ou “ameaça” de um AVC isquêmico. Assim como o Sr. Paulo, 10% dos pacientes que têm um AVC isquêmico, tiveram um AIT nos meses anteriores.  

Após eu explicar isto para Sr. Paulo e sua esposa, a Sra. Maria me questionou se algo poderia ter sido feito para evitar este AVC isquêmico, que agora limita ele e toda a sua família.

Estudos científicos demonstram que quando uma rápida investigação e tratamento são realizados após um AIT, conseguimos reduzir em até 80% o risco de um AVC isquêmico.

Portanto, na presença de sintomas neurológicos de início súbito, mas que melhoraram após alguns minutos, é importante buscar uma avaliação médica de urgência, pois o AIT é a janela de oportunidade para prevenirmos um AVC isquêmico.

Sr. Paulo, no momento, está se dedicando à  sua recuperação. Ele é uma pessoa extremamente motivada, o que fará a diferença nos ganhos que serão obtidos nos próximos meses. Com o apoio da Sra. Maria (que está com ele há 50 anos), seus 4 filhos e 6 netos, tenho certeza que Sr. Paulo terá sucesso em seu tratamento.