Reduzindo a pressão intracraniana no AVC isquêmico

A região mais acometida pelo AVC isquêmico é irrigada pela artéria cerebral média, onde regiões associadas ao movimento, sensibilidade, compreensão da fala e expressão da fala estão presentes. A artéria cerebral média é uma das artérias mais importantes do nosso cérebro e em 10% dos pacientes com AVC isquêmico, a maior parte do seu território pode sofrer isquemia. Nestes casos temos uma situação chamada AVC maligno, em que devido ao inchaço cerebral ocorrido, o equilíbrio dentro do crânio se quebra e temos hipertensão intracraniana.

Apesar de várias tentativas para evitar a progressão desta hipertensão intracraniana, o melhor tratamento atual é a craniectomia descompressiva. Uma medida preventiva e que deve ser realizada em até 2 dias após o início dos sintomas do AVC, evitando o aumento da pressão e as lesões que isto pode acarretar.

Na craniectomia descompressiva, o neurocirurgião retira o osso do crânio que está sobre a região do AVC, permitindo que esta região tenha maior espaço e assim não cause a compressão de outras estruturas. Este tratamento está indicado em pacientes abaixo de 60 anos de idade, quando modifica a gravidade das sequelas clinicas e em algumas situações em pacientes acima de 60 anos de idade.

Assim como todas as cirurgias, a craniectomia descompressiva apresenta riscos, porém, a sua não realização em pacientes com AVC maligno poderá acarretar um número maior de complicações, sequelas e aumento da mortalidade.